Arquétipo de Seshat: A Guardiã da Sabedoria e da Escrita Egípcia
- Patricia Lima🎙️
- 26 de ago. de 2024
- 8 min de leitura
Atualizado: 28 de nov. de 2024
No vasto e misterioso panteão das divindades egípcias, existem deusas cujas histórias brilham de maneira sutil, escondidas nas entrelinhas dos textos antigos, contudo carregando uma importância que atravessa o tempo. Seshat, a enigmática Senhora da Escrita e da Grande Magia, é uma dessas figuras fascinantes. Embora não seja tão conhecida quanto Ísis, Bastet ou Maat, Seshat guardava um poder e uma sabedoria que a tornaram essencial para os antigos egípcios.
Agora, por que Seshat foi reverenciada por séculos, e o que ela tem a ensinar à mulher moderna? Neste artigo, você descobrirá como o arquétipo de Seshat pode influenciar sua vida, trazendo à tona talentos ocultos e transformando seu caminho em uma jornada de sabedoria e realização.
Imagine a história de uma deusa cujo legado está gravado nas paredes dos templos mais sagrados, desde Abu Simbel até os domínios do deus Toth. Uma deusa cuja força era tão grande que seu culto perdurou por séculos, especialmente na cidade de Alexandria, onde uma grandiosa biblioteca foi erguida em sua honra. Como guardiã do conhecimento, Seshat assegurava que a sabedoria fosse preservada e transmitida às gerações futuras.
Será que há algo em sua história que ecoa em sua própria vida? As primeiras aparições de Seshat datam do Reino Antigo (a partir de 2920 a.C.), e desde então, ela é frequentemente representada vestindo uma pele de leopardo, simbolizando seu papel sacerdotal. O adorno em sua cabeça, uma flor de sete pétalas ou uma estrela de sete pontas, não é apenas um símbolo de perfeição, contudo um lembrete de que o divino está presente em todos os aspectos do mundo visível.
Prepare-se para mergulhar na sabedoria milenar de Seshat e descobrir como esse arquétipo pode iluminar seu próprio caminho. Afinal, o que você pode aprender da deusa que personifica o equilíbrio entre o visível e o invisível.
Arquétipo da Seshat - Mitologia Egípcia
Na mitologia egípcia, Seshat era frequentemente associada a Thoth, o deus da sabedoria, da escrita e do conhecimento oculto. Enquanto Thoth era o patrono dos escribas e das ciências esotéricas, Seshat representava a manifestação tangível do conhecimento. Ela era a deusa que documentava, preservava e trazia à luz o saber adquirido ao longo do tempo, sendo essencial para a transmissão e continuidade das tradições culturais e espirituais do Egito.
Seshat era vista não apenas como a esposa ou filha de Thoth, contudo como sua colaboradora e igual, trabalhando lado a lado na proteção e na propagação do conhecimento. A mitologia a descreve também como a irmã de Mafdet, uma divindade associada à justiça e à execução da lei, o que destaca a conexão de Seshat com a ordem e a verdade, aspectos fundamentais na construção do conhecimento.
Como guardiã das bibliotecas e dos escritos sagrados, Seshat tinha a responsabilidade de proteger os textos que continham o saber dos antigos. Seu papel como líder da "Casa da Vida"—os grandes centros de aprendizado e escrita do Egito—reforça sua posição como a deusa que garante que todo conhecimento seja preservado e transmitido para as futuras gerações.
Além disso, Seshat era reverenciada como a "Senhora dos Construtores", sendo a patrona da arquitetura e da matemática. Esse título reflete sua importância na concepção e no planejamento das grandes obras arquitetônicas do Egito, como templos e monumentos, que eram mais do que construções físicas; eram expressões do conhecimento divino materializado no mundo. Em alguns textos, como nos "Textos das Pirâmides", Seshat é retratada enquanto auxilia o faraó na medição e na delimitação das fundações dos templos, utilizando uma corda, simbolizando o ato de ordenar o caos e criar a harmonia através do conhecimento.
A presença de Seshat na mitologia egípcia ressalta a importância do equilíbrio entre o conhecimento oculto e o visível, entre a preservação e a inovação, e sua relevância como um arquétipo que simboliza a conexão entre o divino e o humano através da escrita e da sabedoria.
Arquétipo da Seshat - Simbologia Arquetípica
O arquétipo de Seshat carrega consigo poderosos símbolos que podem inspirar e guiar a mulher moderna:
Leopardo: Um animal de poder que simboliza nobreza, perseverança e discrição. O leopardo, com sua natureza territorialista e agilidade, ensina a importância de manter a conexão com o sagrado e de agir com rapidez e precisão.
Folha de Papiro: Utilizada por milênios para registrar o conhecimento, a folha de papiro simboliza a transmissão e preservação da sabedoria através das eras.
Estrela de Sete Pontas: Representa a harmonia e a perfeição, conectando Seshat às forças cósmicas e à ordem universal.
Palmeira, Lua, Folha de Maconha e Símbolo Shen: Cada um desses elementos traz consigo significados profundos, desde o ciclo de renovação até a eternidade e proteção, todos eles intrinsecamente ligados ao poder e à sabedoria da deusa Seshat.
Tábua de Escrita: Símbolo da materialização do conhecimento, lembrando-nos da importância de registrar, documentar e compartilhar o saber com as futuras gerações.
Ao mergulhar no arquétipo de Seshat, você se conecta a uma poderosa fonte de sabedoria e magia que transcende o tempo. Seshat, como a patrona da escrita, das bibliotecas e da arquitetura, simboliza a importância de preservar o conhecimento e de utilizar essa sabedoria para guiar suas decisões e trajetória espiritual. O leopardo, associado a Seshat, não só representa a força e a agilidade, como também a habilidade de proteger-se e de enfrentar desafios com destreza. Assim como Seshat vestia a pele do leopardo para afirmar sua autoridade, você pode se inspirar nessa imagem para reivindicar o poder de suas escolhas e decisões.
O arquétipo de Seshat também nos ensina sobre a importância de documentar e refletir sobre nossas experiências, evitando os padrões de autossabotagem que muitas vezes nos impedem de avançar. Ao se conectar com Seshat, você é incentivada a reconhecer os ciclos de autossabotagem em sua vida — aqueles momentos em que, consciente ou inconscientemente, você coloca obstáculos no seu próprio caminho. A folha de papiro, usada por milênios para registrar o conhecimento, simboliza a necessidade de registrar essas experiências e aprender com elas, transformando a autossabotagem em oportunidades de crescimento e evolução.
A estrela de sete pontas, presente no símbolo de Seshat, representa a harmonia e a perfeição, conectando-a às forças cósmicas e à ordem universal. Assim como a estrela guia, Seshat oferece a sabedoria necessária para que você possa encontrar o equilíbrio em sua vida, navegando entre as exigências do mundo externo e as necessidades internas. Essa conexão com a harmonia cósmica pode inspirá-la a buscar a perfeição não como um ideal inalcançável, entretanto como uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Além disso, os outros símbolos associados a Seshat, como a palmeira, a lua e o símbolo Shen, trazem significados profundos que vão desde o ciclo de renovação até a proteção e a eternidade. Esses símbolos nos lembram que, assim como Seshat protegia o conhecimento e as tradições, você também pode proteger e nutrir sua própria sabedoria interna, criando um espaço sagrado para o seu crescimento espiritual e emocional. Ao manter essa conexão com o sagrado, você é capaz de agir com precisão e rapidez, como o leopardo, evitando cair nas armadilhas da autossabotagem.
Inclusive, ao explorar o arquétipo de Seshat, você se abre para uma jornada de autodescoberta e de alinhamento com o seu propósito de vida. Essa deusa não só inspira a preservação do conhecimento, mas também nos ensina a importância de agir com consciência e clareza em todos os aspectos de nossas vidas. Que esta jornada inspire sua própria escrita, decisões e caminho espiritual, ajudando-a a superar as barreiras da autossabotagem e a alcançar uma vida mais plena e realizada.
A Origem do Tarot Egípcio
A origem do Tarot Egípcio, como o conhecemos hoje, pode ser traçada até o final do século XIX, quando ocultistas europeus como Jean-Baptiste Pitois (que escreveu sob o pseudônimo Paul Christian) começaram a associar o Tarot ao Egito Antigo. Eles acreditavam que os 22 arcanos maiores do Tarot eram baseados em figuras do panteão egípcio e que o Tarot em si tinha sido criado pelos sacerdotes de Thoth, o deus egípcio da sabedoria e da escrita. Thoth, conhecido por ser o escriba dos deuses, era considerado o guardião do conhecimento sagrado, e muitos acreditavam que o Tarot Egípcio era uma extensão desse saber divino.
Os baralhos de Tarot Egípcio modernos são frequentemente compostos por 78 cartas, como outros tarots, contudo com imagens e símbolos que remetem diretamente ao Egito Antigo. As cartas dos arcanos maiores geralmente representam figuras divinas, como Ísis, Osíris, Rá e Anúbis, e cada uma carrega significados associados aos mitos e crenças egípcias. Esses símbolos são utilizados para explorar questões espirituais profundas, oferecendo orientação sobre a vida, os desafios e o caminho da alma.
A prática do Tarot Egípcio, assim como outros sistemas de Tarot, envolve a leitura das cartas como uma forma de acessar o inconsciente e o plano espiritual. Os símbolos egípcios adicionam uma camada de misticismo e tradição antiga, que muitos praticantes acreditam ampliar a conexão entre o leitor e as energias universais. É uma ferramenta poderosa para a introspecção, ajudando a revelar aspectos ocultos da personalidade e a alinhar o indivíduo com os princípios cósmicos e espirituais do antigo Egito.
Ao longo dos anos, o Tarot Egípcio tem sido utilizado não apenas como uma ferramenta de adivinhação, como também como um meio de meditação e autoconhecimento, integrando a sabedoria ancestral dos faraós e dos deuses egípcios com a jornada espiritual individual. Seja buscando orientação sobre o presente ou vislumbres sobre o futuro, o Tarot Egípcio continua a ser uma ponte entre o passado mítico do Egito e as buscas espirituais contemporâneas.
O que é Tarot Terapêutico
O Tarot Terapêutico, assim como o arquétipo da deusa Seshat, oferece uma profunda ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Seshat, como a deusa da escrita e da sabedoria, simboliza a importância de registrar e refletir sobre nossas experiências, permitindo que possamos crescer e evoluir. Da mesma forma, o Tarot Terapêutico utiliza os arcanos do Tarot como um espelho, refletindo os aspectos mais profundos da nossa mente e alma. Ao explorar essas cartas, somos convidadas a acessar nosso inconsciente, identificando bloqueios emocionais e padrões de comportamento que muitas vezes sabotam nosso progresso.
Assim como o arquétipo de Seshat nos ensina a importância de documentar e preservar o conhecimento, o Tarot Terapêutico nos ajuda a trazer à tona questões internas, proporcionando clareza e compreensão sobre os desafios que enfrentamos. É uma jornada de autodescoberta, onde cada carta revela facetas ocultas de nossa vida, auxiliando-nos a encontrar equilíbrio e harmonia.
O processo de autossabotagem, tão comum em nossas vidas, pode ser identificado e compreendido através do Tarot Terapêutico, assim como através da sabedoria de Seshat. Ao nos conectarmos com esses símbolos, somos encorajadas a refletir sobre nossos padrões de comportamento e a desenvolver estratégias para superá-los. Cada consulta de Tarot torna-se, então, uma oportunidade de reconectar-se com a própria essência, assim como Seshat nos reconecta ao conhecimento ancestral e à sabedoria interior.
Tanto o arquétipo de Seshat quanto o Tarot Terapêutico nos convidam a agir com consciência e a tomar decisões alinhadas com nosso verdadeiro eu, superando as barreiras da autossabotagem e promovendo uma vida mais plena e realizada.
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Até Mais!
Patricia Lima | Life Coach e Tarot Terapêutico
Orientação: Está proibido o compartilhamento desse material sem os devidos créditos. Pode utilizar para inspirar-se e não para copiar.
Fonte de Pesquisa:
Britannica: A Enciclopédia Britannica fornece uma visão abrangente sobre Seshat, destacando sua importância como deusa da escrita, do conhecimento e da arquitetura. Ela é mencionada como a guardiã das bibliotecas e como aquela que ajuda na construção de templos ao lado de Thoth, seu consorte, que ensina a humanidade a escrever.
ETB Tours Egypt: Este site explora a mitologia egípcia e descreve Seshat como a deusa da escrita e sabedoria, envolvida em rituais importantes como o "esticar da corda", usado para determinar o posicionamento dos templos. Ela também é retratada como a patrona das bibliotecas terrenas e guardiã do conhecimento escrito.
World History Encyclopedia: A World History Encyclopedia aborda a figura de Seshat como a "Senhora dos Construtores" e explica seu papel na arquitetura e na preservação do conhecimento, além de sua associação com Thoth.
Tour Egypt: Este site fornece uma visão detalhada de Seshat, discutindo sua função como a deusa que documenta eventos importantes, incluindo campanhas militares e festivais reais, e sua importância no planejamento e construção de estruturas.
Ancient Egypt Online: Este recurso oferece uma análise do simbolismo de Seshat, incluindo sua representação com uma estrela acima da cabeça e seu papel como uma figura central nos rituais de escrita e medição no Antigo Egito.
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